A Fisiologia do Exercício


Por Natália Paris Rodrigues

Com a chegada do verão, o calor aumenta e a preocupação com os quilos extras também. Muitas pessoas procuram – literalmente - correr atrás do prejuízo, e as ruas, praias e praças lotam de esportistas temporários. Muitos praticam o que a fisiologia do exercício considera
como exercícios aeróbicos (de longa duração e moderada intensidade) como caminhadas, corridas e pedaladas. A fama de "salvadoras da pátria" - porque eliminam a gordura localizada e deixam os corpos definidos - é que tornam essas atividades tão requisitadas nessa época do ano. Isso se deve ao mito de que são as únicas modalidades capazes de detonar grandes  uantidades de calorias e acabar com as gordurinhas indesejáveis. Que engano! A musculação, fisiologicamente chamada de atividade anaeróbica (exercício de curta ou média duração e alta intensidade) não é só para quem quer aumentar os músculos: os exercícios resistidos com peso são também muito eficazes quando o assunto é emagrecimento e queima de calorias.  Um treino de 30 minutos de musculação intensa consome praticamente a mesma quantidade de calorias que uma hora de corrida”, afirma o personal trainer Sandro Crepaldi. Mas por que a maioria das pessoas acredita que correr, caminhar ou pedalar é mais vantajoso para perder gordura do que a musculação? A resposta é simples: Muitas pesquisas deram visibilidade aos esportes aeróbicos ao comprovarem que essas atividades utilizam a gordura como principal
fonte de energia. Durante a prática, são “queimadas” aquelas gorduras que estão de reserva no corpo para produzir trabalho físico.

Por outro lado, nos exercícios anaeróbicos, como a musculação, a fonte energética mais importante é o glicogênio muscular (energia anaeróbica). Neste caso, é utilizada a energia que está armazenada nos músculos, proveniente dos carboidratos ingeridos através de pães,
massas, grãos, vegetais, legumes e frutas. Esse fato criou a ilusão de que esta atividade não elimina gordura. Mas a alta intensidade exigida pela musculação faz com que as fibras
musculares sejam rompidas. Por isso, para reconstruir as fibras dos músculos e compensar o gasto de glicogênio, o organismo vai buscar energia na gordura que está sobrando, só que não faz isso durante o treino, mas quando o corpo está em repouso. “Podemos dizer que o
praticante de musculação, assim como o praticante de corrida, também utiliza fonte de energia que prioriza a gordura. A diferença é que isso acontece durante o repouso,  rincipalmente durante o sono”, explica Crepaldi, lembrando a importância do controle da ingestão alimentar para que esse processo seja eficaz. Se ambas as atividades ajudam na perda de gordura e gastam calorias, quais os melhores exercícios para emagrecer: aeróbicos ou anaeróbicos?

Segundo o especialista em fisiologia do exercício, Sandro Crepaldi, a musculação está em vantagem, se considerarmos os benefícios que ela proporciona a curto e longo prazo. O metabolismo é o grande aliado dos exercícios com peso no processo de emagrecimento. Diariamente, ocorre no organismo um conjunto de reações químicas que consomem energia.
Esse conjunto de reações é chamado de metabolismo, tendo um ritmo diferente para cada organismo.

 A musculação acelera o metabolismo durante a prática dos exercícios e o corpo consome uma quantidade maior de calorias no treino. A energia gasta não é a reserva de gordura e sim a reserva da energia muscular, que precisa ser reposta. E o que o metabolismo faz? Continua
trabalhando no pós-treino para recuperar a energia do músculo utilizando, assim, a gordura de reserva. É desta forma que o organismo continua “queimando” calorias, mesmo parado. A literatura mostra que quem faz musculação tem o metabolismo 12% mais acelerado no pós-treino. Até 15 horas depois, esta taxa continua 7% mais alta. Nas atividades aeróbicas o metabolismo também fica mais rápido na execução dos exercícios e mantém o nível acelerado das reações metabólicas até uma hora depois do término da atividade. Isso significa que o organismo tem um pico no consumo de calorias, providos da reserva de gordura, até uma hora depois da prática aeróbica. Neste período, nossa máquina corporal entende que houve um grande desgaste energético que precisa ser reposto. Uma hora após a prática aeróbica, o metabolismo fica lento para diminuir o gasto de energia e se reequilibrar. Por isso o corpo vai consumir menos calorias no pós-treino.

Um indivíduo que faz musculação consome mais energia, mesmo quando está em repouso. Quem tem receio do aumento de volume muscular e acha que músculo e emagrecimento não combinam está equivocado. Outra vantagem da musculação, em relação à perda de gordura, é o que chamamos de hipertrofia muscular ou crescimento dos músculos. “Um indivíduo que pratica musculação tem um aumento da massa magra (músculos) e, para
mantê-la, terá um dispêndio maior de energia, mesmo quando estiver em repouso”, esclarece Sandro. Durante o repouso o metabolismo basal* vai aumentar, trabalhando principalmente os músculos maiores

O que isso significa, na prática?Quanto maior for a massa muscular, mais energia será necessária durante o repouso. Se houver uma ingestão de calorias equilibrada ou negativa (gasto calórico maior que o consumo calórico) os músculos vão buscar combustível naquela “gordurinha” que está parada.
Por isso, não fique parado e corra para a academia! A musculação pode ser uma boa alternativa para quem quer emagrecer de forma eficaz e saudável.
* O metabolismo basal é a quantidade calórica ou energética que o corpo utiliza diariamente para a manutenção das funções fisiológicas durante o repouso.


FONTE: Superatletas.com.br

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