Autoexame nas mamas: fácil e eficiente!

Como identificar nódulo no seio




O câncer de mama mata milhares de mulheres no Brasil. "A cada ano, são notificados em todo o mundo 180 mil novos casos, sendo 49 mil no país", fala o mastologista Cesar Augusto Lasmar, diretor do Hospital do Câncer III, unidade do Inca no Rio de Janeiro. E, desses, 10 mil resultam em mortes. É de arrepiar. Ao contrário de algumas outras doenças, não existe prevenção e a cura depende fundamentalmente da detecção precoce. E é aí que entra o autoexame. A grande ironia é que quando NOVA resolveu encarar esse terrível fantasma que apavora toda a população feminina - segundo os especialistas, simplesmente ser mulher já nos coloca no grupo de risco - descobriu que apenas cinco entre dez leitoras entre 20 e 35 anos de todo o país foram capazes de identificar nódulos potencialmente perigosos. Sinal de que, mesmo nos assustando com o tema, ainda precisamos aprender muito sobre ele.

Apalpar por quê?
Existe certa polêmica a respeito da necessidade do autoexame mensal das mamas. Apesar de ter sido considerado importante na luta contra a doença, estudos recentes não garantem sua efetividade como método de detecção precoce. Explica-se: só é possível sentir uma sedimentação quando ela já tem 2 centímetros! Ainda assim, 40% dos casos que chegam aos hospitais são descobertos pela própria paciente. E é por isso que os médicos continuam achando essencial que você, eu, todas as mulheres, a partir dos 18 anos, apalpemos as mamas logo após o período menstrual. O motivo é simples: quem toca os seios com regularidade sabe exatamente quando ele apresenta qualquer tipo de anormalidade - e aí é a hora de marcar consulta no médico.
O que procurar exatamente?
A resposta é: qualquer alteração. Pode ser um nódulo, um caroço, um espessamento do tecido, um ponto insistentemente dolorido ou uma rachadura no bico. Então, é marcar quanto antes uma consulta. Mas quem está na mira? Todas nós estamos no grupo de risco. A boa notícia: o câncer de mama é raríssimo nas jovens e as estimativas de cura superam os 98% se for detectado precocemente. A má é que 60% deles vêm sendo descobertos em estágio avançado e 85% não ocorrem em quem tem a doença na família, por isso o conhecimento do próprio corpo é fundamental.
Alguns fatores podem contribuir para o surgimento da doença. Os principais inimigos, além da hereditariedade (parentes de primeiro grau - mãe, pai, irmãos, tios que tenham a doença), são: sedentarismo, obesidade, fumo, álcool, terapias hormonais por períodos prolongados (além da reposição na menopausa, hormônios são utilizados em tratamentos dermatológicos, para suspender a menstruação e para aumentar a massa muscular). "Manter uma alimentação pobre em gordura e proteína animal também é importante, pois os animais são tratados com hormônios", explica o mastologista e cirurgião plástico João Carlos Sampaio Goes, diretor científico do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC). Ser mãe depois dos 30 anos e não amamentar aumenta as chances de desenvolver a doença. Assim como menstruar antes dos 14 anos e entrar na menopausa tarde - expõe por mais tempo à flutuação hormonal. Dois elementos ainda são controversos. Um deles é o anticoncepcional, que seria excluído da lista por conter doses mínimas de hormônio. O outro é o stress. Apesar de não haver indícios científicos de que o sentimento influencie no surgimento da doença, a mastologista e ginecologista Rita Dardes, diretora do Instituto Avon, ressalta que algumas pesquisas relatam que o stress pode afetar bastante o sistema imunológico, abrindo caminho para vários males.

Quando fazer exames?
O indicado, segundo o dr. João Carlos Sampaio Goes, é que antes dos 30 anos a mulher faça um ultrassom da mama para controle. "Se for encontrada alguma alteração, o médico vai orientá-la a fazer a cada dois ou três anos ou pedir outros exames." Então, a partir dos 40, a diretriz da Sociedade Americana de Cancerologia recomenda que a mamografia seja realizada anualmente, sem desculpa ou esquecimento, inclusive para quem tem próteses de silicone (que dificultam o autoexame). O método ainda é o único que consegue detectar o nódulo em estágio inicial. "Ele pode mostrar sinais da doença até dois anos antes de o tumor ser palpável", diz a dra. Rita Dardes.
De peito aberto
A dra. Rita e o dr. Goes respondem a dúvidas sobre a doença que nos amedronta:
Os nódulos são sempre redondos? Geralmente. Mas também podem ser ovais (estes tendem a ser benignos).

Quais são os sinais do câncer de mama? Além dos caroços, textura da mama diferente da habitual, mamilos invertidos ou com secreção.

Qual a diferença entre câncer de mama e seio inchado? Existe um tipo de câncer raro, o inflamatório, que provoca inchaço. O sintoma: apenas um dos seios incha e fica vermelho.

O câncer de mama pode surgir no mamilo e na axila? A presença na axila já é uma metástase, sinal de que a doença está na mama e se espalhou ou andou de um local para outro do corpo, ou seja, já não está mais em estágio inicial.

Como deve ser feito o autoexame? Ele deve ser realizado logo após a menstruação. O ideal é fazer deitada, elevando o braço direito e dobrando-o atrás do pescoço e palpando a mama direita de fora para dentro, começando pela axila e subindo, contornando o seio. Em seguida, ir para o outro lado.

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