Além disso, as outras técnicas existentes apenas diminuem as partículas gordurosas, não as destroem. “O acúmulo não volta, enquanto os outros métodos estão sujeitos ao novo inchaço da célula e retorno do tecido adiposo. E como a gordura é quebrada lentamente, é seguro (não causa embolia) e não provoca flacidez”, garante a dermatologista Mariana Barbato, de Florianópolis (SC).
Luciana Lourenço, dermatologista de São Paulo (SP), faz coro: “No último meeting de San Diego, nos Estados Unidos, os médicos confrontaram todos os ‘ultras’, radiofrequência e afins com o CoolSculpting (o aparelho usado para a criolipólise). E concluíram: frio é a única tecnologia que causa a morte natural da gordura”. Maravilha! Só tem um porém: cada sessão custa de R$ 1.500 a R$ 3 mil, dependendo do tamanho da área a ser tratada. Mas não desanime! Quem sabe não consegue incluir a técnica no seu planejamento financeiro dos próximos meses?
Efeito picolé
Nas décadas de 1970 e 1980, dois estudos foram publicados: um notava que as crianças que tomavam muito sorvete passavam a ter covinhas nas bochechas. O segundo, que cavaleiros de regiões gélidas apresentavam sulcos nas coxas, áreas mais expostas ao frio. Ultimamente, pesquisadores de Harvard, liderados pelos doutores Rox Anderson e Dieter Mainstein, passaram a investigar seu uso na medicina estética. “Nossos estudos demonstraram que somente uma temperatura e um período específicos são capazes de destruir seletivamente as células de gordura. Se a exposição ao frio for excessiva, a camada superior da pele pode ser danificada; porém se ela for moderada, nada ocorre”, contou com exclusividade para nós o doutor Mainstein. Depois, ao estudar as células adiposas, descobriram que elas morriam se submetidas àquela temperatura específica. Assim, foi criado o aparelho CoolSculpting, que suga a gordura e congela a área.
Piloto de testes
Quando o milagre é grande, o santo desconfia, certo? Certíssimo! Por isso, quando a reportagem foi proposta, assumi o compromisso de testar a tal maravilha. Afinal, ainda na linha do dito popular, jornalista é igual a São Tomé: só acredita vendo (ou fazendo). Tomada a decisão, a dúvida: fazer com quem? Pensei logo no dermatologista Jardis Volpe, um fera em medicina estética de São Paulo (SP) e um dos primeiros a falar do procedimento no Brasil.
ANTES
Basta reservar uma hora na agenda e ir até o consultório. Não há necessidade de preparo.
DURANTE
A região escolhida foi a parte inferior do abdômen, parte do corpo que mais me incomodava (mas vale lembrar que pode ser feito também nos flancos, nas costas, nos braços e nas coxas). Após a aplicação de um gel bem gelado na área, é a vez do aparelho (que parece um aspirador) entrar em ação: sugar e prender a gordura. Se dói? Parece um beliscão forte, sensação que logo desaparece. Fiquei ali por uma hora, deitada, assistindo à TV, sem dores. Esse é o tempo para que as células de gordura morram com o frio a -2°C. Quando termina a seção, a gordura está congelada, no formato em que ficou dentro do aplicador. Aí o profissional faz uma massagem para ela voltar ao normal. Por uns dez minutos senti como se estivesse com uma bolsa de gelo no lugar da barriga. A região também ficou dolorida ao encostar. Fui liberada para correr, porque não é preciso repouso.
DEPOIS
Outro “defeito” da criolipólise é a demora para se notarem os resultados. Nos primeiros dias meu abdômen ficou mais inchado. Fiz o tratamento há três semanas e ainda não vi efeito. Mas é assim mesmo, ele começa a ser percebido depois de 30 dias e o ciclo se completa em três meses. Esse é o tempo que o organismo leva para perceber que aquelas células não servem mais e eliminá-las pela urina e pelas fezes. “Drenagem linfática manual uma vez por semana auxilia na eliminação”, recomenda a dermatologista Katia Volpe, de Campo Grande (MS). Mas se o efeito for parecido com o das pesquisas, vai ser ótimo! “Já na primeira sessão é possível perder de 20% a 25% da gordura localizada na região tratada”, garante o doutor Fred Aslan, porta-voz da tecnologia no Brasil. Algumas pessoas ficam satisfeitas com apenas uma sessão, outras
precisam realizar uma segunda e, no máximo, uma terceira, com um intervalo de 60 dias entre elas. “Uma ressalva: pacientes utilizando o método devem cuidar da alimentação durante 90 dias após o tratamento, pois nesse período ele ainda está fazendo efeito. Já vi pessoas que engordaram e ganharam mais tecido adiposo em áreas não tratadas”, alerta Jardis, que acredita que no meu caso apenas uma sessão vai trazer o resultado desejado. Eu estou aqui me cuidando pra contar logo mais qual foi ele!
O RESULTADO
Lembram que na edição 3 eu testei a criolipólise para contar se valia a pena? Voltei ao consultório do dermatologista Jardis Volpe, em São Paulo (SP), para medir os resultados: perdi cerca de 4 cm de abdômen. O doutor me disse que o que sobrou de pancinha é resultado da minha postura errada. Mas algo aconteceu...Eu fiz o tratamento na parte inferior do abdômen, então a superior ficou “sobrando”. O jeito vai ser fazer de novo nessa região. Meu veredito é: vale a pena, porque funciona, mas se você não tem uma gordura localizadíssima em apenas um ponto, prepare-se para fazer mais de uma sessão.
FONTE: Revistaanamariabraga.uol.com.br
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