O Diabetes mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da
falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente
seus efeitos. Caracteriza-se por hiperglicemia crônica, freqüentemente
acompanhada de dislipidemia, hipertensão arterial e disfunção endotelial.
As complicações crônicas incluem a neuropatia, (falência renal), a
retinopatia (perda da visão) e a neuropatia (danos aos nervos periféricos)
(SBD, 2003).
As pessoas com diabetes têm organismos que não produzem ou não respondem à
insulina, hormônio produzido pelas células beta do pâncreas que é
necessário para o uso ou armazenamento de combustíveis corpóreos. Sem a
insulina eficiente, a hiperglicemia ocorre e pode levar a complicações a
curto e longo prazo de Diabetes mellitus. A prevalência do Diabetes aumenta
com o aumento da idade, em adultos é levemente maior nas mulheres do que nos
homens (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 1998).
Maltese (1994), afirma que o Diabetes é uma doença crônica degenerativa que
surge como uma disfunção metabólica originada pelo comprometimento na
produção e/ou utilização da insulina que tem como principal função à
regulação do metabolismo da glicose em todos os tecidos, com exceção do
cérebro. A causa do Diabetes mellitus está quase sempre relacionada a um
desequilíbrio hormonal no qual a quantidade de insulina de que o organismo
necessita é maior do que aquela que as ilhotas de Langherans produzem ou
podem produzir. A insulina é um hormônio anabólico produzido e secretado
pelas células β das ilhotas pancreáticas (GEPTS & LECOMPTE, 1981).
Esse hormônio é capaz de modular a homeostase da glicose, reduzindo a
produção hepática e aumentando a captação periférica desse carboidrato
principalmente no músculo e nos adipócitos (CROSS et al., 1995; BRADY, et
al., 1997). Faltando a insulina, não se realiza a transformação de glicose
em glicogênio, tornando-se deficiente o armazenamento dos carboidratos, por
essa razão aumenta a taxa de glicose no sangue, passando também para a
urina. Considera-se que a falta ou insuficiência de produção de insulina
pelo pâncreas é a causa da doença nas crianças e jovens, enquanto que o
diabetes nos adultos seria causado por fatores celulares (CANCELLIÈRI, 1999).
Além da participação da insulina para a redução dos níveis glicêmicos,
há a relação da glutamina que é o aminoácido livre mais abundante no
corpo humano representando cerca de 20% do total de aminoácidos livres no
plasma e mais de 60% do total de aminoácidos livres totais no músculo
(BULLUS, 1989).
A glutamina é um dos aminoácidos codificados pelo código genético, sendo,
portanto um dos componentes das proteínas dos seres vivos (BILL PHILIP,
1997). É um importante substrato celular não só por ser um aminoácido, mas
por também ser fonte de energia, de nitrogênio e de carbono, para a síntese
de outras moléculas (BULLUS, 1989). Em condições fisiológicas normais a
concentração de glutamina plasmática é mantida em um nível constante.
A homeostase da Gln depende do balanço entre sua produção e sua
utilização pelos diferentes tecidos e órgãos do corpo (MITTENDORFER, et
al., 2001). A maioria dos órgãos tem tanto a enzima de degradação quanto
de síntese de glutamina, contudo, a atividade enzimática determinará se o
tecido ou órgão é predominantemente consumidor intestino, baço, pâncreas,
rins e células do sistema imune, ou produtor de glutamina músculo, cérebro,
coração, pulmões e tecido adiposo. Sob certas condições, tal como um
reduzido aporte de carboidratos, o fígado pode tornar-se um sítio consumidor
de glutamina (ROGERO & TIRAPEGUI, 2003).
Os efeitos do exercício sobre o metabolismo da glutamina não estão
totalmente esclarecidos. Fatores como intensidade e duração do exercício,
estado nutricional dos indivíduos e diferenças no tempo de coleta de sangue,
forma de estocagem de amostras de plasma e as técnicas bioquímicas de medida
da concentração de glutamina são responsáveis pelos dados contraditórios
apresentados por diferentes autores (WALSH ET al., 1998).
Metodologia
Foi realizada uma pesquisa eletrônica da literatura utilizando as bases de
dados do Medline e Pub Med, estes por sua vez, apresentam
pesquisas científicas sobre o tema analisado. Dentro da leitura dos dados,
fez-se uma seleção de aspectos que autores comentam sobre o estudo
pesquisado. O Diabetes mellitus e outras formas de intolerância à glicose
são divididas em três classes:
Diabetes
mellitus tipo I: o pâncreas não produz insulina
Conhecido como insulino dependente, pois se caracteriza por apresentar um
quadro de baixa nos níveis de insulina ou mesmo a inexistência da produção
da mesma, durante os exercícios, estes indivíduos respondem com um aumento
nos níveis de ácidos graxos e cetonas. De acordo com Almeida (1997), “a
diabetes do tipo I, instala-se de forma mais rápida, é mais difícil de ser
controlada e é tratado por meio de injeções de insulina”. Para o controle
adequado são necessárias tanto uma insulina de ação lenta (controla a
glicemia de jejum) quanto uma insulina de ação rápida (controla a glicemia
pós-prandial).
O Diabetes tipo I, corresponde de 5 a 10% do total de casos, que geralmente
são jovens (entre 10 e 40 anos) e sintomáticos, com poliúria acentuada e
perda de peso. A insulina é usualmente necessária para controlar sua
hiperglicemia, apesar de permanecerem resistentes a cetose mesmo quando a
insulina é retirada (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 1998).
Para Mahan & Escott-Stump (1998), o Diabetes do tipo I, produzem pouco ou
nenhuma insulina e são, portanto, dependentes de insulina exógena para
prevenir cetoacidose e morte. Apesar dele poder ocorrer em qualquer idade, à
maioria dos casos é diagnosticada em pessoas com menos de 30 anos de idade.
Ao diagnóstico, são pessoas magras e tiveram sede excessiva, micção
freqüente e perda de peso significante. O efeito primário é secreção
inadequada de insulina, levando à hiperglicemia, causando: poliúria,
polidipsia, infecções, desidratação, desequilíbrio de eletrólitos e
cetoacidose.
Diabetes
mellitus Tipo II: é o tipo mais freqüente de diabetes
Freqüentemente denominada como insulino não dependente, caracteriza-se pela
capacidade reduzida das células de responderem à insulina, provocando uma
sensibilidade reduzida à mesma (ROBERT & ROBERTS, 2002). Segundo Almeida
(1997), está associada à hereditariedade, dependendo, entretanto, de fatores
como vida sedentária e maus hábitos alimentares. Têm sua maior incidência
em indivíduos com mais de 40 anos de idade (diabete senil). Para Cancelliéri
(1999), aproximadamente 85 a 90% dos diabéticos do tipo II apresentam
sobrepeso ou são obesos. Em indivíduos com obesidade leve, o risco de
surgimento de diabetes é 2,9 vezes maior que nos não obesos, 5 vezes no caso
de obesidade moderada e 10 vezes no caso de obesidade elevada.
O diabetes tipo II se instala, geralmente, de forma insidiosa, e resulta de
uma produção reduzida de insulina pelo pâncreas ou de uma diminuição na
sensibilidade dos receptores celulares à insulina. Ela é tratada
inicialmente com dieta e exercícios, agentes hipoglicemiantes orais e,
finalmente, para alguns indivíduos com injeções de insulina ou a
associação dos dois (MALTESE, 1994).
Durante os exercícios, os níveis de glicose se reduzem gradualmente devido
à sua maior solicitação de uso pela musculatura esquelética. A produção
de glicose pelo fígado é inibida pela presença de altos níveis de
insulina, não sendo comprovado, no entanto, a ocorrência de uma hipoglicemia
durante os exercícios de curta duração.
Diabetes
Mellitus Gestacional
Para Mahan & Escott-Stump (1998), o início ou diagnóstico da
diminuição da tolerância à glicose, ocorre durante a gestação, podendo
ou não persistir após o parto. Ocorre usualmente durante o segundo e
terceiro trimestre, neste ponto os hormônios antagonistas à insulina
aumentam e a resistência à insulina normalmente ocorre.
Complicações
do Diabetes Mellitus
O bom controle do Diabetes é fundamental para evitar complicações, quando
não é bem controlado, após alguns anos podem surgir problemas nos rins,
nervos e vasos que podem levar ao prejuízo da visão, perda da função
renal, amputação de membros, infarto e derrame. Para garantir o bom controle
do Diabetes, se faz necessário à avaliação clínica, exames laboratoriais
e automonitorização, além de manter a pressão arterial, o colesterol e
peso controlados (SBD, 2003).
Taxa
de Glicose e Atividade Física
As taxa de glicose em pessoas normais e diabéticas devem permanecer em jejum
por volta de 80 mg/dL-1 e se esta taxa de glicose estiver menor e classificado
como hipoglicemia. A glicemia normal deve variar entre 80 a 110
mg/dL-1, considerado o nível normal para atividade física. Glicemias de 110
até 250 mg/dL-1 os indivíduos estarão hiperglicêmicos podendo
praticar atividade física de baixa intensidade e leve, para baixar a
glicemia, embora seja contra indicado, essa padronização. Individuos com
glicemias acima de 250 mg/dL-1, não podem realizar atividade físicas,
fazendo o uso de insulina para reduzir essa taxa glicose.
Exercício
Físico e Glutamina
O músculo esquelético representa aproximadamente 40% da massa corporal total
e exerce papel primordial no metabolismo da glicose (SMITH; MUSCAT, 2005).
Este tecido é responsável por aproximadamente 30% do dispêndio de energia e
é um dos principais tecidos responsável pela captação, liberação e
estocagem de glicose (NUUTILA et al., 1992). Assim como a glicose, a glutamina
tem despertado muito interesse não apenas pela possibilidade de sua
utilização em vias energéticas de fornecimento de energia, mas
principalmente por seu papel na interação do tecido muscular esquelético
com os tecidos: hepático, renal, nervoso e órgãos linfóides (BULLUS,
1989).
Além de atuar como nutriente energético para as células imunológicas, a
glutamina apresenta uma importante função anabólica promovendo o
crescimento muscular. Este efeito pode estar associado à sua capacidade de
captar água para o meio intracelular, o que estimula assim a síntese
protéica. E é sintetizada a partir das necessidades corporal sendo a forma
mais abundante de aminoácido encontrada no organismo, e sua síntese é feita
a partir do ácido glutâmico, valina e isoleucina (BILL, 1997).
O metabolismo da glutamina acontece através de uma única reação catalisada
por duas enzimas. A glutamina sintetase catalisa a síntese de glutamina
fazendo a interação de glutamato e amônia, e a glutaminases fazem as
reações inversas. A quantidade de enzima é um fator determinante da
produção e consumação, como por exemplo, os músculos esqueléticos que
são considerados produtores, pois possuem pouca glutaminase (ROWBOTTOM,
1996).
Sua síntese acontece primariamente nos músculos, mas também nos pulmões,
fígado, cérebro e possivelmente no tecido adiposo (ROWBOTTOM, 1996). Os
rins, células do sistema imune e trato gastrointestinal consomem-na enquanto
o fígado é o único órgão que tanto consome como produz. Sob algumas
condições, como jejum uma reduzida oferta de carboidratos, chega ao fígado
para aumentar o conteúdo de glicogênio e isto pode se tornar a glutamina um
agente substituidor das reservas de carboidratos no fígado (gliconeogênese)
(ROWBOTTOM, 1996). É importante citar que em alguns estados corporais como o
estresse, injúrias, desgastes e etc., alguns órgãos corporais necessitam de
uma demanda muito maior de glutamina, o que pode não ser possível apenas
pela síntese corporal. Partindo desse ponto percebe-se, em alguns casos, a
necessidade de administrar doses extras de glutamina.
A concentração plasmática de glutamina diminuída tem sido relacionada à
imunossupressão aumento da susceptibilidade aos processos infecciosos durante
a septicemia, traumas intensos, cirurgias e exercício intenso (BULLUS,
1989). A liberação de glutamina pelos músculos esqueléticos é
aumentada durante o exercício, como conseqüência, o conteúdo muscular de
glutamina diminui após um exercício extenuante.
Este aminoácido, entretanto, é muito importante para a funcionalidade dos
leucócitos (linfócitos, macrófagos e neutrófilos). Portanto, após um
exercício intenso, a concentração plasmática de glutamina diminui,
suprimindo a função imune e tornando o indivíduo mais suscetível a
infecções respiratórias.
Glutamina
e Diabetes
Os quatro fatores importantes que tornam diabéticos mais propensos a
complicações são: a susceptibilidade a infecções, hiperglicemia, doença
vascular e danos nervosos (POZZILLI, SIGNORI & LESLIE, 1997). Nos doentes
com diabetes, a infecção ocorre com maior freqüência e gravidade do que em
não diabéticos devido ao comprometimento de ambas as respostas imunes
humorais e celulares (SMITHERMAN, 1995). Isso acontece devido à diminuição
da oferta de glutamina a células imunológicas, tais como linfócitos (KINNEY
apud NEWSHOLME & NEWSHOLME; CURI; CRABTREE; ARDAWI, 1989). Como dito
anterior o uso de glutamina pelos diabéticos pode ser prejudicial uma vez que
o diabetes tipo 1 é causado pela ação auto imune do sistema imunológico do
individuo, e a ação da glutamina relacionada ao aumento desse sistema pode
acrescentar os danos causados a célula pancreática. No entanto no diabetes
tipo 2, onde acontecem as maiores infecções relacionadas ao diabetes, a
glutamina pode ser um importante suplemento, mas isso ainda não está
relacionado em artigos científicos com o uso da suplementação de glutamina
com o exercício físico no diabetes tipo 1 e 2.
Benefícios
da Atividade Física
Desde 1922, vários autores verificaram a interação da insulina com a
atividade física e os benefícios no tratamento do diabetes. A partir de
então a tríade dieta, medicamentos e exercício, fundamentados em um
processo educacional formam o princípio do tratamento desta doença (SILVEIRA
NETO, 2000).
A maioria dos efeitos diretos da atividade física ocorre porque o exercício
normaliza a glicose sanguínea, diminuindo a resistência de insulina e
melhorando a sensibilidade. Estudos têm demonstrado que o treinamento de
exercício pode aumentar a ação da insulina ou diminuir a resistência à
insulina, especialmente entre pessoas com alto risco para diabetes ou com
hiperinsulinemia. Outros estudos mostram que indivíduos fisicamente ativos
têm menos probabilidade de desenvolver diabetes do que indivíduos
fisicamente inativos. O efeito da atividade física parece ser devido à
adaptação metabólica do músculo esquelético (aumento da densidade
capilar), ou a outras adaptações ao treinamento como um conteúdo aumentado
de transportadores de glicose GLUT-4 (FRONTERA, DAWSON & SLOVIK, 1999).
O transporte da glicose para o interior das células periféricas (músculo
esquelético, miocárdio e tecido adiposo) ocorre via GLUT-4 (GLUT =
proteínas transportadoras de glicose que transportam a glicose através da
membrana citoplasmática), sob intensa estimulação insulínica. O GLUT-4
está localizado no retículo trans-Golgi das células do músculo
esquelético e no tubo vesicular citoplasmático do adipócito. A resposta à
estimulação insulínica se dá no sentido do maior recrutamento destes
transportadores na membrana celular. Assim, após o estimulo da insulina, o
número destes transportadores ligados à membrana aumenta de 1 para 40% no adipócito
(BARRILE, 1997 apud MARTINS, 2000).
Durante o trabalho muscular o consumo de glicose, aumenta muito. Os dois
hormônios pancreáticos (insulina e glucagon) intervem na regulação do
fornecimento de energia aos músculos que estão trabalhando. A insulina
acelera a entrada de glicose no interior das células e, assim, produz uma
diminuição no nível de glicose na corrente sangüínea. No entanto, o
glucagon acelera o desdobramento do glicogênio no fígado em glicose
(glicogenólise), o que aumenta a glicemia. Durante o trabalho muscular, o
nível de insulina diminui, e o de glucagon aumenta (ANDERSEN,
1981 in MARTINS, 2000).
Em adição à redução aguda da glicemia e ao aumento da sensibilidade à
insulina, o exercício regular melhora vários dos fatores de risco
reconhecidos de doenças cardiovasculares, como o perfil lipídico
(diminuição do LDL, aumento do HDL e diminuição dos triglicérides)
(FRONTERA, DAWSON & SLOVIK, 1999). A prática regular de exercícios
físicos pode acarretar uma diminuição da dosagem de insulina e glutamina
tendo sua importância como fundamental nas terapias onde se objetiva uma
menor dosagem de insulina a ser administrada pelo paciente insulino-dependente
(SILVEIRA NETO, 2000).
A elevada taxa de utilização glutamina e seu aumento mediante ativação
são sugestivos no desempenho importante das células imunológicas.
Concentrações plasmáticas de glutamina estão reduzidas em condições de
"stress", como cirurgias, durante a septicemia, durante e após
exercício de endurance, no atletismo e no overtraining
(BULLUS, 1989).
Segundo Filho (2001), um programa de exercício físico adequadamente
planejado e orientado, pode proporcionar ao diabético inúmeros benefícios
tais como: Ajuda a manter baixos os níveis de glicemia, durante e depois do
exercício; Pode melhorar o controle glicêmico em longo prazo; Melhora a
sensibilidade à insulina por aumento direto dos transportadores de glicose
GLUT-4 podendo diminuir as quantidades de hipoglicemiantes orais ou mesmo de
insulina; Melhora o condicionamento cardiovascular; Reduz fatores de risco
cardiovasculares, por diminuição da pressão arterial e dos lipídios;
Quando combinada com dieta hipocalórica, auxilia na redução de peso
através da perda de gorduras, preservando a massa muscular; Melhora o bem
estar e qualidade de vida.
Recomendações
gerais de exercícios para os diabéticos tipo 1 e 2
-
Exercícios Aeróbios: caminhar, pedalar, subir e descer escadas, esquiar, etc. Em intensidades abaixo do limiar de lactato e limiar glicêmico.
-
Exercícios de Força: (nível moderado de treinamento de força), programas de circuito usando pesos leves com 10 a 15 repetições.
-
Intensidade: 60 a 90% da freqüência cardíaca máxima ou 50 a 75% do Vo2máx.
-
Duração: 20 a 60 minutos mais 5 a 10 minutos de aquecimento e um período de volta à calma.
-
Freqüência: Diariamente, a fim de garantir um controle ótimo da glicose no sangue.
-
Período: O período para o exercício é particularmente importante para as pessoas com Observações: Tanto a terapia com insulina e hipoglicemiantes orais quanto às concentrações de glicose no sangue devem ser considerados no momento do exercício.
Considerações
finais
A Diabetes Mellitus é uma doença metabólica que traz conseqüências
gravíssimas se mal tratada, mas a mudança de comportamento e estilo de vida
para hábitos alimentares mais saudáveis, o controle glicêmico e o
exercício prolongam a perspectiva de vida, bem como ajudam muito a diminuir o
risco das doenças relacionadas à diabetes. Ainda que, os exercícios
regulares possibilitem benefícios aos praticantes, tanto na prevenção como
no tratamento do diabetes, estes só serão alcançados se realizados de
maneira adequada, para que não ocorram riscos indesejáveis como
hipertensão, doenças cardíacas e articulares degenerativas, podendo ocorrer
ainda, arritmia cardíaca ou mesmo infarto agudo do miocárdio.
A atividade física pode ser útil como elemento complementar à dieta
tradicional e ao tratamento medicamentoso, quando este for necessário.
Com referência a suplementação de glutamina durante e após o exercício,
este aminoácido quando escasso no organismo, ou seja, no músculo
esquelético, fígado, rins..., pode acarretar a suscetibilidade do organismo
a infecções, podendo diminuir a imunidade, o que facilita o aparecimento de
infecções respiratórias. Ou seja, para termos um sistema imunológico mais
forte, dependemos da disponibilidade do aminoácido glutamina. Nossos
músculos são os responsáveis em fornecer glutamina para nosso sistema
imunológico durante o trabalho muscular. Assim, o Diabetes que pode estar
sendo causado pelo ataque imune às células β, poderia estar relacionado
a diminuição desse ataque as mesmas com exercícios de endurance, melhorando
com isso o estado glicêmico e diabético das pessoas afetadas.
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FONTE: Efdeportes.com
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