Nós, profissionais de Educação Física, para a prescrição do treinamento, seguimos alguns princípios básicos e, antes de discutirmos, é preciso conhecer a terminologia da palavra princípio, que significa origem, causa, opinião. Esses elementos são cruciais para o processo, em outras palavras, são regras gerais que direcionam as ideias e atitudes a serem tomadas.
Então, princípios do treinamento físico
são os procedimentos básicos que nortearão a prescrição do treinamento.
Entre os princípios, já descritos na literatura por Kraemer e Fleck,
sugerem os princípios da sobrecarga progressiva, da adaptação e da
especificidade como necessários para uma prescrição de treinamento
físico seguro e eficaz. Entre outros princípios descritos na literatura,
podem ser citados ainda os da individualidade, variação, manutenção,
acomodação, reversibilidade e conscientização.
No texto de hoje explicarei sobre os princípios da conscientização, adaptação e individualidade biológica:
- Princípio da Conscientização: esse princípio se fundamenta na justificativa de que o indivíduo deve compreender os motivos pelos
quais ele realiza determinado exercício. Isso ajudaria a conseguir
resultados mais eficientes. Nos dias de hoje é indiscutível que a
globalização disponibiliza diversos meios de comunicação que favorecem o
acesso ao conhecimento à população desde que sejam fontes confiáveis de
profissionais específicos de cada área. Com a população mais informada,
é necessário que os profissionais estejam mais fundamentados e seguros
sobre suas habilidades e o cliente/aluno escolham profissionais
qualificados e que se atualizem com frequência. Então, o profissional de
Educação Física, além de prescrever os exercícios, deve ser um agente
capaz de mudar determinados comportamentos por meios do seu
conhecimento, o qual deve ser utilizado para persuadir o aluno a iniciar
e a aderir aos programas de atividades físicas. Em resumo, o princípio
da conscientização nada mais é do que a informação adequada e
fundamentada por estudos a ser transmitida ao cliente/aluno a fim de
favorecer o processo de adoção (ato de escolher/iniciar), modificação
(mudar/aderir hábitos saudáveis) e adesão ( hábito da pratica de
atividade física consistente).
- Princípio da adaptação:
para Zatsiorsky e Kraemer, em um sentido mais amplo da palavra,
adaptação significa um ajuste do organismo ao seu meio ambiente, o que
indica que o organismo sofre modificações para viver melhor quando o
meio muda. É fundamental saber que as melhoras no organismo não ocorrem
durante uma sessão de treinamento, já que o estresse causado nesse
momento normalmente gera degradação das fontes energéticas e de
estruturas do organismo, piorando suas condições. O treinamento agudo
poderia então ser considerado como um estímulo, que, de forma crônica,
poderá incorrer em melhoras orgânicas. Quando esse processo ocorre de
modo sistemático, o estresse causado resulta em ajustes do organismo
(adaptação) ao novo regime ao qual ele é submetido.Segundo os autores
Zatsiorsky e Kraemer, esse é o motivo pelo qual ocorrem diferentes
respostas ao treinamento, conhecidas como efeitos do treinamento. Para
os autores são cinco os efeitos do treinamento:
1. Efeitos agudos: são alterações que ocorrem durante o treinamento;
2. Efeitos parciais: são específicos, em
geral, são localizados e provocados por meio de um treinamento simples,
por exemplo, a realização exclusiva do supino e não de uma sessão de
treinamento completa para o peitoral maior;
3. Efeitos imediatos: são decorrentes de uma sessão de treinamento, manifestando-se imediatamente após;
4. Efeitos crônicos: são aqueles que se evidenciam após um período de treinamento;
5. Efeitos residuais: são retidos com a interrupção do treinamento.
- Princípio da individualidade:
dentre os princípios do treinamento, atualmente, o da individualidade é
reconhecido como um dos mais importantes. Esse princípio baseia-se na
individualidade biológica de cada pessoa. Assim, cada indivíduo responde
de uma forma única ao estímulo proposto, pois uma carga de treino com
características semelhantes pode proporcionar respostas em proporções
diferentes. Pensando nisso, podemos afirmar que, ao prescrever a
intensidade, a duração e as repetições, todo programa de treinamento
deveria ser pensado e construído a partir de parâmetros fisiológicos
individualizados. A partir do conhecimento dos objetivos, aptidão física
e nível de habilidade motora, deve-se agregar a criatividade e
adequá-la às características de cada pessoa, de modo a elaborar um
programa sólido, confiável e eficaz.
Nos próximos textos darei continuidade
aos outros princípios para que vocês leitores percebam o quão temos que
estudar e analisar caso a caso a prescrição correta do treinamento
físico e fico imaginando como algumas pessoas copiam treinos de outras
pessoas sem orientação de um Profissional Educação Física.
Bons treinos!!!
Referência bibliográfica:FONTE: Kilorias.band.uol.com.br
PRESTES, Jonato (et al.) Prescrição e periodização do treinamento de força em academias. Barueri: Manole 2010.
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