Os ossos são elementos importantes da estrutura
do corpo. Através das suas articulações realizam o movimento, ajudam na
manutenção do equilíbrio e servem como proteção para os órgãos
internos. Durante as diferentes fases de desenvolvimento, os ossos
sofrem remodelagem, tornando-se mais fortes ou mais fracos a depender de
muitos fatores, sendo os mais preponderantes a prática de exercícios
físicos e hábitos alimentares. No processo de senescência
(envelhecimento), as modificações são mais impactantes devido à
diminuição gradativa dos processos fisiológicos, causando impacto na
qualidade de vida. Algumas alterações hormonais importantes levam à
fraqueza do sistema ósseo, prejuízos nas atividades funcionais,
provocando no indivíduo restrições na capacidade de se mover e atuar na
sociedade.
A osteoporose é uma das graves doenças que afetam os
ossos. Com o aumento da expectativa de vida, algumas doenças passaram a
ganhar destaque. Quanto maior a sobrevida do indivíduo, maior é o risco
de desenvolver osteoporose. Esta é uma doença sistêmica, silenciosa,
crônica e gradativa que atinge áreas do esqueleto, sendo caracterizada
pela perda da massa óssea e de sua densidade mineral, atingindo o
indivíduo quando há falta do hormônio estrógeno ou no processo de
envelhecimento, pela diminuição de hormônios que ajudam na reabsorção
óssea. A microestrutura do osso fica corrompida, a quantidade e a
variedade de proteínas não colágenas são modificadas, aumentando o risco
de fratura. Os ossos ficam fracos, opacos e quebradiços. A depender do
local onde a fratura ocorra, pode comprometer em graus diversos a
postura e o funcionamento de órgãos e estruturas vitais ou o aparelho
locomotor. Apenas profissionais de saúde podem diagnosticar se cada caso
trata-se realmente de osteoporose ou de uma osteopenia que é, em muitos
casos - mas não necessariamente -, uma precursora da osteoporose.
Classificam-se como osteopenia casos em que a massa óssea é de 10% a 25%
menor que a considerada normal. Mais do que isso, classifica-se como
osteoporose.
Segundo os
autores Moreira Freire e Branco de Aragão, as fraturas por osteoporose
ocorrem sob pequena quantidade de estresse sobre o osso, que normalmente
não ocasionaria fraturas em pessoas sem a doença. As fraturas típicas
ocorrem na coluna vertebral, quadril e punho. O colapso da vértebra
(fratura por compressão) ocasiona dor crônica, postura curvada e
diminuição na função pulmonar (capacidade de respirar), enquanto as
fraturas dos ossos longos dificultam a mobilidade e podem requerer
cirurgia. Ainda que a osteoporose possa ocorrer em homens, ela é
substancialmente prevalente em mulheres depois da menopausa.
A
diminuição do estrógeno, hormônio que previne a decréscimo de cálcio do
osso e melhora a sua absorção pelos intestinos pode causar perda óssea,
aumentando, assim, o risco de fraturas. O cálcio é um mineral essencial
na formação de ossos e dentes. Prevenir a redução da massa óssea requer
um equilíbrio entre perda e reposição de cálcio.
A
perda de massa óssea é uma consequência inevitável do processo de
envelhecimento. No indivíduo com osteoporose a perda é tão importante
que a massa óssea cai abaixo do limiar para fraturas, principalmente em
determinados locais, como quadril, antebraço e vértebras. Mais comuns em
mulheres que em homens, as fraturas vertebrais tendem a ocorrer duas
décadas após a menopausa. Alguns autores sugerem serem fatores de risco
bastante relevantes, a menarca tardia e a menopausa precoce.
As
características das fraturas osteoporótica vertebrais são: "fraturas em
forma de cunha", quando a vértebra assume a forma de cunha; "Vértebra
de peixe” (bicôncava), quando a parte posterior do corpo vertebral é
preservada e a anterior, colapsada; "fratura por esmagamento", quando as
vértebras sofrem fortes compressões, sendo geralmente provocadas por
quedas.
As fraturas nas
vértebras costumam provocar dor, nem sempre localizada e que piora com o
movimento e a respiração. Apesar da relevância das fraturas, a coluna
torácica é a área mais acometida da coluna, mas as que causam mais
problemas em idosos, são as do quadril.
Atualmente,
muito se tem estudado sobre a associação, direta ou indireta, entre a
elevada taxa de mortalidade e a fratura por fragilidade óssea. A relação
com maior mortalidade é mais evidente após a fratura de quadril do que
após fraturas vertebrais ou periféricas. Em contrapartida, ainda não
está suficientemente esclarecido se o aumento do número de mortes é
decorrente da fratura propriamente dita ou se está relacionada com
outras variáveis, como idade avançada, presença de doenças concomitantes
ou complicações clínicas e cirúrgicas após o evento.
A falta de diagnóstico depois do evento constitui um
problema importante em vários países do mundo, até mesmo no Brasil.
Mesmo após um evento significativo, como a fratura de quadril, somente
13,9% dos pacientes receberam o diagnóstico de osteoporose e 11,6%
iniciaram algum tratamento no momento da alta hospitalar.
É
preciso estar atento aos processos que levam à instalação da doença no
corpo, a fim de preveni-la. Os tecidos do nosso corpo, incluindo o
tecido ósseo, funcionam durante toda a vida através do mecanismo de
renovação celular. As células chamadas osteoclastos se encarregam de
remover células velhas, promovendo assim a reabsorção óssea e as células
chamadas osteoblastos têm a função de colocar células novas na área.
Esse processo acontece de uma forma mais intensa até aproximadamente os
30 anos de idade e, a partir desta faixa etária passa a haver uma
lentidão no processo. O pico de massa óssea é atingido por volta dos 35
anos. Após esta idade, as mulheres perdem aproximadamente 1% de massa
óssea por ano e podem perder até 6% por ano durante os primeiros cinco
anos após a menopausa. Os homens apenas começam a perder massa óssea,
cerca de 0,3% por ano, por volta dos 50 anos. Na osteoporose senil, os
osteoblastos não preenchem as cavidades criadas pelos osteoclastos da
maneira correta, o que deixa o osso fragilizado e propício a fraturas.
FONTE: Isaudebahia.com.br
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