Afinal doutor! O que eu tenho é resfriado, gripe ou uma "virose"??
Apesar de serem doenças distintas, gripe e resfriado são
freqüentemente confundidos. Além disso, o termo "virose" também é
comumente empregado pelos médicos, o que pode confundir ainda mais os
pacientes, que podem reagir com descrédito (desnecessário) diante deste
diagnóstico.
O resfriado
pode ser provocado por diferentes vírus respiratórios (rinovírus,
adenovírus, parainfluenza e até mesmo o vírus influenza, entre outros)
e se caracteriza por apresentar, predominantemente, sintomas de vias
aéreas superiores, como coriza, obstrução nasal, prurido nasal, dor de
garganta, conjuntivite, podendo ocorrer tosse. Os pacientes
apresentam pouca ou nenhuma febre ou comprometimento do estado geral..
A gripe é
provocada exclusivamente pelo vírus influenza e, além de apresentar
os sintomas de vias aéreas superiores (nariz, garganta) e inferiores
(bronquios e pulmões) em maior intensidade que o resfriado,
caracteriza-se por maior comprometimento do estado geral e febre..
"Virose é
qualquer infecção causada por vírus". Ou seja, este termo engloba a
gripe, os resfriados e outras infecções virais. As infecções agudas das
vias aéreas são causadas por vírus de vários tipos ou por bactérias.
Frequentemente, descobrir qual é o vírus que está causando os sintomas
não é tarefa simples, e os exames para este fim são demorados e caros.
Além disso, as infecções causadas por vírus são tratadas de forma
semelhante, independente de qual vírus seja. Por este motivo, após
descartarem que a infecção seja causada por bactérias, os médicos
costumam utilizar o termo virose, sendo isto suficiente para orientar o
tratamento sintomático adequado e com segurança.
Ocasionalmente, ocorrem surtos de viroses específicas como a dengue
ou gripe H1N1 ("suína"). Se o médico suspeitar dessas viroses, poderá
solicitar pesquisa sorológica sanguínea, devido sua maior gravidade e
maior chance de complicações ao longo da doença.
Quais os sintomas da gripe?
A gripe tipicamente se caracteriza por ser um quadro febril de início
súbito. A febre, que usualmente é o sintoma mais importante, pode ser
elevada e costuma ser acompanhada de calafrios, dor muscular
(principalmente em pernas e região lombar), dor de cabeça e
prostração; ocasionalmente pode ocorrer artralgia. Posteriormente
surgem os sintomas respiratórios, tais como, tosse, dor de garganta e
congestão nasal. Freqüentemente há queixa de dor e/ou de irritação
ocular e fotofobia. Caracteristicamente, os sintomas duram cerca de
dois a cinco dias, apesar de que em alguns casos a febre pode persistir
por uma semana.
Uma minoria de pacientes, destacadamente os idosos, pode desenvolver um quadro de adinamia intensa, que persiste por semanas após o quadro gripal (astenia pós-influenza). Não existe uma explicação convincente para este comportamento. É importante destacar que a infecção pelo vírus influenza pode ser mais branda e se manifestar apenas como um resfriado comum.
Uma minoria de pacientes, destacadamente os idosos, pode desenvolver um quadro de adinamia intensa, que persiste por semanas após o quadro gripal (astenia pós-influenza). Não existe uma explicação convincente para este comportamento. É importante destacar que a infecção pelo vírus influenza pode ser mais branda e se manifestar apenas como um resfriado comum.
Quais os sinais de alarme para uma possível infecção bacteriana ou viral grave?
As viroses costumam acabar no período de uma semana, mas as infecções
de origem bacteriana, que têm sintomas similares, demandam tratamento
com antibióticos. Convulsões, secreção amarelada, dor torácica,
dificuldade para respirar ou o retorno da febre após ter regredido
podem ser indicativos de infecção bacteriana.. Prostração intensa,
tontura ao levantar-se, diminuição do volume urinário e urina
concentrada (fortemente amarelada) são sinais de desidratação e maior
gravidade, devendo receber rápida assistência médica.
Qual o tratamento do resfriado, gripe e viroses respiratórias?
As infecções virais são auto-limitadas, ou seja, têm cura espontânea
após cerca de 4 a 7 dias, mesmo sem a utilização de qualquer
medicamento. Entretanto, algumas medidas podem reduzir as chances de
complicações ao longo da doença, além de oferecerem maior conforto e
alívio dos sintomas.
O principal é garantir uma boa hidratação. Isso irá fortalecer a
imunidade contra a infecção e fluidificar as secreções. Deve-se evitar
esforço físico, mas permanecer deitado durante períodos prolongados
pode acumular secreção no pulmão.
Deve-se usar analgésicos e antitérmicos, com recomendação para
evitar o ácido acetilsalicílico e dar preferência ao paracetamol e à
dipirona, se tiver febre e dor. Pode ser indicado o uso de
descongestionantes nasais para afastar o desconforto do nariz
obstruído, além de auxiliar na eliminação da secreção nasal, reduzindo a
chance de complicar com sinusite aguda.
O uso de xaropes para tosse costuma não ser tão eficaz quanto imaginado pelos doentes. Não deve ser utilizado por todos os doentes com tosse, e sim para alguns casos específicos. Inalações com broncodilatadores podem também ser prescritas auxiliando a eliminação de sercreção brônquica em alguns casos.
O uso de xaropes para tosse costuma não ser tão eficaz quanto imaginado pelos doentes. Não deve ser utilizado por todos os doentes com tosse, e sim para alguns casos específicos. Inalações com broncodilatadores podem também ser prescritas auxiliando a eliminação de sercreção brônquica em alguns casos.
Por que não devemos usar antibióticos para tratar gripe, resfriados ou viroses?
Cuidado com o uso indiscriminado de antibióticos: eles não surtem
efeito em viroses e podem causar efeitos colaterais, como reações
alérgicas, além disso, o uso desnecessário de antibióticos altera a
flora bacteriana normal do indivíduo, propiciando infecções. Para a
saúde coletiva, representa o desenvolvimento de germes cada vez mais
virulentos devido à resistência em relação aos remédios.
FONTE: Pneumo.com.br
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