Essa lesão é causa de dor na região anterior do cotovelo e pode ser
incapacitante, embora na maioria dos casos o paciente reclame de dor,
mas consegue realizar os movimentos do cotovelo.
Na maioria das vezes ocorre em homens da meia idade (entre 50-60
anos), trabalhadores braçais ou que realizam musculação, que contam
sofrerem uma dor aguda ao tentar segurar objeto com braço semi
flexionado, ou a tentativa de flexionar o cotovelo contra resistência. O
mais comum é acometer o lado dominante.
Geralmente, o paciente se queixa da dor aguda ao nível do cotovelo,
há um edema local e equimose. O próprio paciente refere perceber uma
deformidade ao nível da face anterior do cotovelo, especialmente ao
realizar a flexão e extensão do cotovelo.
Ao examinar o paciente percebemos também a ausência do tendão do
bíceps na fossa cubital, teste que chamamos de teste do gancho. Além
disso percebemos uma perda pequena da força de flexão do cotovelo, mas
uma perda mais significativa da supinação do antebraço. (movimento de
girar o antebraço levando a mão para cima)
O exame de ressonância magnética confirma o diagnóstico de lesão do
tendão do bíceps. Devemos lembrar que por vezes pode-se se ter um
rompimento parcial do tendão.
O tratamento conservador é indicado para pessoas sedentárias que
reclamam de pouca dor, mas é muito difícil encontrar esse tipo de lesão
nesse grupo de pacientes e, em certos tipos de lesões parciais.
Pacientes com risco de complicação durante a cirurgia têm
contra-indicação relativa para a realização da cirurgia. Lesões acima
de três semanas torna o procedimento muito mais difícil e deve ser
conversado com o paciente da não possibilidade de fixação do tendão
junto a sua posição original.
O tratamento cirúrgico é o mais recomendado para essa lesão.
Nos casos agudos preferimos a técnica de duas incisões, pois
acreditamos ser mais anatômica, mas isso é uma questão de preferência.
Uma via de acesso é realizada de 1 a 2 cm na prega da fossa cubital
(região anterior da dobra do cotovelo), o tendão do bíceps é achado e
isolado, fazemos o reforço do tendão e com uma pinça especial passando
junto ao osso rádio aonde o bíceps deveria estar preso demarcamos o
local aonde devemos fazer a 2ª incisão , lateral no antebraço de 3 a 5
cm.
A tuberosidade do rádio (local aonde o tendão do bíceps deve estar
preso) é exposta e a preparamos para que o tendão possa ser recolocá-lo
no local e o prendemos com pontos que passam por dentro do osso .
Após a cirurgia o paciente é imobilizado por 1 semana. Após uma
semana inicia movimentos passivos de flexo-extensão do cotovelo deitado e
pronação e supinação. Após mais 2 semanas é liberado para realizar a
flexo-extensão ativa deitado e passiva de pé. Ao final de 6 semanas
todos os movimentos são liberados, contudo sem qualquer resistência.
Após 2 meses inicia trabalho de fortalecimento isométrico leve e com 3
meses fortalecimento isotônico.
Nos casos de lesões crônicas tem-se duas opções: solidarização
do tendão do bíceps junto ao braquial, indicado para pacientes mais
velhos que a perda de força de supinação não atrapalhe nas suas
atividades da vida diária ou, a recontrução com enxerto de tendão.
No Brasil como ainda não temos muitos bancos de tecidos disponíveis e
tendões não são captados nesses bancos, a opção é a utilização de um
tendão do próprio paciente ( mais comumente usado é o semitendineo).
Esse tendão apos ser retirado é preso ao corpo muscular do bíceps e a
seu tendão retraído por meio de pontos de sutura e preso ao local aonde
o tendão do bíceps deveria ser preso junto ao osso pela mesma técnica
explicada previamente.
FONTE: Tudosobreombro.com
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