A fibromialgia é uma síndrome que aumenta a sensibilidade e faz com que
o paciente sinta dor em todo o corpo, mesmo sem nenhuma lesão.
Apesar de não ter cura, esse problema não é fatal e não causa danos às
articulações, músculos ou órgãos internos. Porém, é bastante incômodo e,
por isso, a principal recomendação para aliviar as dores é a prática
regular de atividade física.
Ao se exercitar, o corpo libera endorfina e neurotransmissores com ação
analgésica no sistema nervoso central, diminuindo a dor. Além disso, os
exercícios ajudam também a melhorar o sono e o humor do paciente, que
normalmente fica alterado por causa da síndrome. No entanto, os médicos
alertam para a importância de realizar uma avaliação antes de começar
uma atividade física, que deve ser individualizada e prescrita por um
médico.
De acordo com o reumatologista Roberto Heymann, os exercícios aeróbicos
no solo, como a caminhada, ou os na piscina são os mais bem estudados e
determinantes na melhora dos sintomas da fibromialgia. Já as atividades
de fortalecimento e alongamento também são eficazes e podem ser
prescritas com segurança para tratar a síndrome.
Os médicos explicaram que, além da dor no corpo, o paciente com
fibromialgia sente também dor ao ser tocado – seja num abraço ou até
numa simples carícia. Fora o toque, a dor pode piorar também por causa
do excesso de esforço físico, estresse emocional, infecções, exposição
ao frio, sono ruim ou também traumas.
Esses traumas, inclusive, geralmente desencadeiam a fibromialgia, que
normalmente começa com uma dor localizada crônica que acaba se
alastrando por todo corpo. Porém, o motivo pelo qual a pessoa desenvolve
a síndrome ainda é desconhecido.
O que se sabe é que há uma relação com a depressão, apesar dos dois problemas serem condições clínicas totalmente diferentes.
Isso acontece porque o sentimento negativo do comportamento depressivo
influencia na interpretação do cérebro, o que pode aumentar ainda mais a
dor do paciente com fibromialgia – por isso, quem tem a síndrome e não
trata o quadro de depressão pode ter uma dor muito maior.
Embora não exista cura, a síndrome não é progressiva, ou seja, pode
melhorar com o tempo e até existem casos em que os sintomas retrocedem
quase totalmente. Por isso, o problema não pode ser considerado uma
doença, mas uma condição clínica que exige controle e acompanhamento
médico.
Reumatismo
Os médicos falaram também sobre o reumatismo, termo utilizado para
definir doenças reumáticas das articulações, músculos, ligamentos e
tendões, comum em pessoas mais velhas, mas que também podem acontecer
com jovens.
Segundo o reumatologista Roberto Heymann, existem mais de duzentos
problemas que podem ser designados pelo reumatismo – os mais conhecidos
são a artrite reumatóide e a artrose, que afetam cartilagens e
articulações, causando dor e até deformação ou limitação dos movimentos.
No caso da artrite reumatóide, outros órgãos podem se prejudicar, como o
pulmão, o coração, os olhos, os nervos e até o coração.
Apesar de ser um problema logo associado aos mais velhos, crianças e
adolescentes também podem ter, como mostrou a reportagem da Marina
Araújo (veja no vídeo ao lado). A pequena Kessia descobriu o
problema aos 8 anos quando sentiu uma dor no pescoço, assim como a
Caroline que também foi diagnosticada com a artrite aos 9 anos.
Segundo o pediatra e professor de reumatologia pediátrica Claudio Len,
se a criança sentir uma dor persistente que atrapalha seu dia a dia, ela
deve ser levada ao médico. Apesar de não ter cura, o diagnóstico
precoce da artrite reumatóide é importante para prevenir danos
irrecuperáveis na articulação. Com o problema bem controlado, a criança
pode levar uma vida normal, praticando esportes e mantendo uma rotina
saudável.
Já artrose é o desgaste da cartilagem, que pode ser causado, por
exemplo, por uma lesão no ligamento cruzado do joelho, responsável pela
estabilidade do membro. Com a lesão, o joelho fica instável, o que pode
desgastá-lo.
De acordo com o reumatologista Roberto Heymann, nem toda pessoa com
artrose tem que colocar prótese porque depende da evolução do problema –
a prótese costuma ser indicada quando há perda funcional da articulação
dos joelhos e do quadril, ou seja, quando ela não responde aos
tratamentos e deixa de se locomover.
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