O uso de ergogênicos e esteróides anabólicos em adolescentes



DE: Ana Catarina P. de Aquino Andrade - CRN6 7128

Com o fim do carnaval e a volta à rotina, muitos atletas e praticantes de atividade física querem recuperar os dias de malhação perdidos e garantir músculos fortes e torneados de volta em pouco tempo. Para isso, diferentes ergogênicos são amplamente utilizados, principalmente em adolescentes do sexo masculino.
São muitas as crenças que levam os adolescentes a consumirem suplementos alimentares, principalmente a de que são seguros, dão mais energia, aumentam rapidamente a massa muscular etc, quando na verdade, alguns desses produtos não tem respaldo científico, ou seja, faltam estudos consistentes que mostrem ganho de desempenho com ausência de efeitos adversos, principalmente sem consequências à saúde em longo prazo.
Diante das últimas recomendações da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME, 2003), concluí-se que não há evidências para recomendação de recursos ergogênicos para adolescentes que frequentam academias, devendo-se enfatizar que o adequado aporte energético, assim como de macro e micronutrientes, é essencial para o bom desempenho.
A SBME alerta para o fato de que tem sido detectada a presença de esteróides em suplementos alimentares como vitaminas, creatinas e aminoácidos, sem a devida indicação nos rótulos. Os efeitos adversos dos esteróides anabólicos atingem principalmente os sistema reprodutor e cardiovascular e provocam alterações hepáticas. Nos homens, há risco de atrofia testicular, ginecomastia, redução dos níveis de testosterona e de espermatozóides; nas mulheres, o risco é de alteração na voz, aumento dos pêlos faciais, hipertrofia do clítoris, irregularidades menstruais etc. No sistema cardiovascular, o uso de esteróides anabólicos está associado a alteração do perfil lipídico, morte súbita, infarto do miocárdio, hipertensão arterial e hipertrofia cardíaca. No fígado, pode ocasionar desde alterações enzimáticas até a formação de tumores malignos. Ainda há o agravante de que, se forem utilizados na puberdade, causam o fechamento de epífises ósseas, acarretando deficit final de crescimento em consequência do amadurecimento ósseo precoce.
No Brasil, a preocupação maior não é com os atletas, mas com o adolescente que quer “ganhar músculos” rapidamente, entregando-se aos anabolizantes, muitas vezes receitados por instrutores e profissionais sem nenhum conhecimento na área, que indicam e vendem essas substâncias, as quais também podem ser compradas em algumas farmácias, sem apresentação de receita médica.
Alguns ergogênicos mais utilizados:
1. Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA): Leucina + Isoleucina + Valina. Aumentam a tolerância ao esforço físico prolongado. Segundo a SBME, os dados relatados são pouco reprodutivos, não sendo justificável seu consumo.
2. Glutamina: Aminoácido utilizado para aumentar a defesa imunológica de atletas. A SBME não recomenda simplesmente pelo fato que, sua ingestão oral, faz com que a glutamina seja consumida pelas células intestinais indisponibilizando-a para outras regiões do organismo.
3. Arginina: Por via oral é ineficaz. Por via intravenosa, produz maior secreção de hormônio do crescimento. Não recomendado segundo a SBME.
4. Creatina: Aumenta a resistência ao esforço em atividades de curta duração e alta intensidade e aumento da massa muscular. Não tem efeito ergogênico em atividades físicas prolongadas. Seu uso é justificável, com um fraco grau de recomendação, apenas quando se constata diminuição do aporte de creatina exógena, entre vegetarianos e idosos por exemplo. A SBME só recomenda para atletas competitivos de eventos de grande intensidade e curta duração.
Portanto, na dúvida de se utilizar ou não determinado ergogênico, procure um profissional habilitado, que não ponha sua saúde em risco. Uma equipe multiprofissional pode ajudá-los a ter não apenas um corpo bonito, mas sim ter uma saúde em forma!

FONTE: Anutricionista.com


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